segunda-feira, 25 de abril de 2011



No Semiárido brasileiro, os agricultores e as agricultoras também são conhecidos como experimentadores, tamanha é a capacidade de inovar, a partir de ideias simples, adaptadas às características ambientais e culturais da região. A habilidade para criar soluções é um viés da sabedoria do homem e da mulher do campo.

A valorização do saber tradicional, associado às tecnologias que permitem armazenar água, alimentos para animais e sementes, geram nas famílias agricultoras uma atmosfera de confiança na superação dos desafios inerentes ao Semiárido.

De 27 a 29 de abril, cerca de 200 agricultores e agricultoras experimentadores de todo o Semiárido brasileiro vão se reunir em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, para participar do II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido. O evento também reunirá representantes de organizações ligadas à ASA, assessores técnicos dos programas, integrantes do governo e agricultoras e agricultores da Argentina, Bolívia e Paraguai.

Promovido pela ASA Brasil, o evento tem o apoio da Fundação Avina, Cooperação Espanhola, Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).  

Objetivo


- Promover o intercâmbio de agricultor/a para agricultor/a de experiências de produção de alimentos em sistemas baseados no princípio da convivência com o Semiárido.
- Refletir sobre os avanços na participação, contribuição e papel das agricultoras e agricultores nos processos coletivos de produção e disseminação de inovações para a convivência com o Semiárido.
- Fortalecer o protagonismo dos agricultores e das agricultoras na construção de conhecimentos para a convivência com o Semiárido.
- Aprofundar a reflexão sobre as abordagens metodológicas de construção coletiva do conhecimento agroecológico para a convivência com o Semiárido.
- Refletir sobre as contribuições para as políticas públicas da abordagem metodológica de agricultoras e agricultores experimentadores nos processos de construção do conhecimento agroecológico para convivência com o Semi-árido em preparação para  a II° Conferencia Nacional da Ater.

Programação

27 de abril

Manhã
9h30 - Mística de abertura e apresentação dos/as participantes
11h - Apresentação da programação e objetivos do Encontro

Tarde
14h – Mesa: As inovações da agricultura familiar na construção de políticas públicas de convivência com o Semiárido
16h – Construção de Territórios de Convivência com o Semiárido
17h - Preparação das visitas de campo

Noite
20h30 – Confraternização

28 de abril

Manhã
6h - Visitas às experiências de convivência com o Semiárido

Tarde
15h – Oficinas temáticas - Protagonismo dos agricultores/as para a convivência com o Semiárido

Noite
20h30 - Apresentação de artistas

29 de abril

Manhã
7h - Mística de Abertura
7h30 - MESA: O papel dos agricultores experimentadores na construção de políticas para o Semiárido
9h30 - Trabalho em grupo por estado
10h - Mística de integração
11h - Ato celebrativo

Fonte: Asacom

terça-feira, 19 de abril de 2011

ONU quer incentivar agroecologia para combater a fome

 


Relatório das Nações Unidas afirma que os investimentos na técnica ainda são tímidos por parte dos governos, que preferem financiar o desenvolvimento de biotecnologias e melhoramento de plantas.

Esta sexta-feira (15), Dia da Conservação do Solo, é um bom momento para a reflexão e discussão sobre conceitos como agricultura orgânica e agroecologia, termos cada vez mais correntes quando nos referimos ao desenvolvimento sustentável. No entanto, apesar de terem características em comum e serem normalmente associadas ou mesmo consideradas iguais, essas expressões têm significados diferentes.
Enquanto a agricultura orgânica está ligada a práticas de produção vegetal sem o uso de aditivos ou fertilizantes sintéticos, a agroecologia é um conceito mais amplo, baseado em um circuito fechado que recicla totalmente seus componentes, também sem a utilização de produtos químicos, mas que, além disso, prima pelo desenvolvimento da diversidade genética no espaço agrário, condição não obrigatória ao conceito de agricultura orgânica.
Por isso, a agroecologia têm se tornado peça chave na agricultura e no desenvolvimento sustentável. No entanto, de acordo com documento da ONU apresentado no início de março, apesar de ter um papel essencial para aumentar o rendimento das safras e gerar crescimento econômico, a agroecologia é subestimada por muitos governos.
Para Olivier De Schutter, autor do estudo e relator especial do Direto à Alimentação das Nações Unidas, tem sido muito difícil convencer os governos a investir na agroecologia – em vez disso, estes preferem financiar o desenvolvimento de biotecnologias e melhoramento de plantas.
“Isso é um erro… porque precisamos desassociar a agricultura dos combustíveis fósseis – como petróleo e gás na produção de fertilizantes – e fornecer algo muito mais sustentável. Temos que nos preparar para quando ficarmos sem combustíveis fósseis e ensinar os fazendeiros algo a mais; ensiná-los a não usar recursos externos e em vez disso utilizar insumos naturais”, disse.
O relatório, intitulado Agroecology and the right to food (Agroecologia e o Direito à Alimentação), apresenta os resultados dos últimos cinco anos de pesquisa na área de práticas agroecológicas e defende o aumento da utilização da técnica, que tem tido êxito em diversos locais do mundo.
E outras pesquisas parecem corroborar com o relatório de De Schutter. Uma análise realizada pelo Relatório Foresight: o Futuro da Alimentação e da Agricultura Global em 40 projetos agroecológicos de 20 países africanos indicou que safras de mais de dez milhões de fazendeiros mais do que dobraram em um período entre três e dez anos.
Ramajita Tabo, diretor executivo do Fórum para a Pesquisa Agrícola na África (FARA), concorda que é necessário expandir bons serviços para a agricultura, como escolas agrícolas, onde fazendeiros possam trabalhar junto a cientistas na área agroecológica, mas acrescentou que a agroecologia é apenas parte da solução.
Já Maurice Moloney, diretor do Instituto de Pesquisa de Rothamsted, no Reino Unido, apesar de saudar o relatório em geral, criticou-o por sugerir que a agroecologia seja mais um conjunto de práticas do que uma ciência.
“A agroecologia é um tema científico. O que me preocupa um pouco… é que [a agroecologia] se tornou muito ideológica. E não é ideológica. A agroecologia é uma área legítima da investigação científica”, assegurou.
Brasil
Apesar de ainda estar engatinhando, a agroecologia já vem sendo aplicada em algumas regiões. Em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, agricultores já vêm utilizando técnicas de agroecologia em suas colheitas.
Segundo dados da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, atividades de extensão organizadas, que possibilitam uma rápida disseminação de práticas agroecológicas, aumentaram de uma média de duas mil atividades anuais entre 2004 e 2005 para cerca de 30 mil por ano entre 2007 e 2009.
Para o professor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rubens Onofre Nodari, no entanto, os recursos despendidos para a agroecologia no Brasil ainda são insuficientes.
Segundo ele, há esforço da sociedade civil em desenvolver a agroecologia e auxílio de instituições externas, mas as fontes de financiamento ainda são poucas e os técnicos que trabalham na área ainda são poucos e insuficientemente preparados.
“Os princípios de reciclagem de nutrientes, diversidade genética e compostagem são os mais aplicados e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) financia alguns cursos agroecológicos, mais ainda é pouco”, diz Nodari.
De acordo com o professor, a certificação dos produtos orgânicos, que desde dezembro de 2007, quando entrou em vigor o decreto do governo federal de nº 6323, é obrigatória, ajudará a desenvolver a agroecologia no país.
Por isso, Nodari acredita que a Lei dos Orgânicos vai incentivar a produção de safras orgânicas no Brasil, e que futuramente esta produção poderá migrar para uma cultura agroecológica. O professor crê ainda que o governo deveria criar políticas públicas, normas de financiamento e organização da cadeia de comercialização para desenvolver a agroecologia, do mesmo modo como têm ocorrido com o agronegócio e com os orgânicos.
Já no setor privado, ele acredita que o papel mais importante é o do consumidor, que deve privilegiar produtos agroecológicos em detrimento dos itens de produção padrão, e que se o preço do produto agroecológico é um pouco maior, o consumidor deve levar em conta os benefícios que terá e proporcionará ao consumir um artigo agroecológico.
Apesar de a agroecologia ser geralmente vinculada à produção em pequena escala, Nodari acha que grandes empresas agro-alimentares também podem desenvolver a agroecologia, mas diz que, neste caso, essas empresas terão de deixar o lucro como um fator secundário, priorizando a qualidade alimentar e o pagamento justo a seus funcionários.
Para o professor, a agroecologia pode também contribuir para a geração de mão-de-obra especializada e para a inclusão social, pois exige mais conhecimento e trabalho, uma vez que a mecanização da produção é menor, e porque desenvolve diversas práticas conjuntas, como cadeias de comercialização, associações, cooperativas etc.
“A agroecologia não é apenas um sistema de produção agrícola, mas também um ato político contra a agricultura predatória e contra as condições de trabalho injustas para o agricultor. Além disso, ajuda na melhoria da qualidade de vida, permitindo tanto ao agricultor quanto ao consumidor não terem contato com fertilizantes e pesticidas. Enfim, mais que uma série de práticas, a agroecologia é uma filosofia de vida”, reflete Nodari.

*Publicado originalmente no site do Instituto CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Capacitação das Comissões Municipais



O Polo Sindical realizou nos dias 12 e 13 de Abril no Centro Pastoral Pe. Geraldo em Petrolândia a Capacitação das Comissões Municipais. Representantes das entidades que formam as comissões municipais de Floresta (STTR, Associação da Barra do Juá, Associação dos Agentes Comunitário de Saúde, Igreja Evangélica), Petrolândia (Igrejas Evangélica e Católica, Associação de Brejinho da Serra), Inajá (Associação dos Agentes Comunitários de Saúde,STTR, Província de Uinge) e Ibimirim (STTR, Associação do Mulungu e Frei Damião e Cooperativa Univale)participaram da capacitação que foi coordenada pela Equipe do P1MC (Sandro,Regina, Izabel e Marcos) com o apoio de Diretores do Polo Sindical (Jorge e Sintia).
Na Pauta foram apresentados temas com:
- Apresentação do Polo Sindical, da ASA e seus Programas de Formação e Mobilização;
- Nivelamento do conhecimento dos componentes do P1MC;
- Afinidade da relação UGM / CEM;
- Acordo para funcionamento das Comissões;
- Distribuição das cisternas por município e escolha das comunidades;
- Gestão Financeira do P1MC;
- Plano de Ação para oTP 05/2010

A Participação de todos e todas foi bastante ativa e o objetivo foi alcançado segundos os participantes na avaliação do encontro.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Abertas as inscrições para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social




Começaram nesta segunda-feira (04/04) as inscrições para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2011, iniciativa que conta com o patrocínio da Petrobrás e o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Unesco e da KPMG Auditores Independentes.  O Prêmio é concedido a cada dois anos e tem por objetivo identificar, certificar, premiar e difundir Tecnologias Sociais já aplicadas, implementadas em âmbito local, regional ou nacional e que sejam efetivas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.

Podem participar instituições sem fins lucrativos, de direito público ou privado e as inscrições são feitas no portal www.fbb.org.br/tecnologiasocial, até o dia 30 de junho.  São nove prêmios no valor de R$ 80 mil cada - cinco para as categorias regionais (um para cada região do País); um para cada categoria especial: "Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil"; "Gestão de Recursos Hídricos"; "Participação das Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais"; e um  para uma nova categoria: "Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para a Erradicação da Pobreza". Confira o regulamento.
O Prêmio acontece em três etapas:

Certificação - Todas as inscrições recebidas até o dia 30 de junho de 2011 participarão desta etapa. As tecnologias certificadas serão inseridas no Banco de Tecnologias Sociais, receberão um Certificado de Tecnologia Social e passarão, automaticamente, a concorrer à etapa de Seleção das Finalistas do Prêmio.

Seleção das Finalistas - As tecnologias sociais certificadas serão pontuadas segundo os critérios de efetividade, nível de sistematização da tecnologia e resultados qualitativos e quantitativos. Serão declaradas finalistas as 3 tecnologias, por categoria, que obtiverem as médias mais elevadas.

Julgamento das Vencedoras - As tecnologias sociais finalistas, selecionadas na etapa anterior, serão pontuadas segundo os critérios de inovação, nível de envolvimento da comunidade, transformação social e potencial de reaplicabilidade. A tecnologia com maior pontuação média, em cada categoria, será declarada vencedora. Cada uma das 9 (nove) instituições responsáveis pelas Tecnologias Sociais vencedoras receberá um prêmio de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para ser utilizado em atividades de aperfeiçoamento ou reaplicação da iniciativa.
A relação das Tecnologias Sociais certificadas será disponibilizada no site da Fundação Banco do Brasil na segunda quinzena de setembro de 2011 e os finalistas serão comunicados formalmente. A premiação das nove vencedoras acontecerá em novembro, em uma Cerimônia em Brasília/ DF.

Tecnologia Social
Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. As Tecnologias Sociais certificadas pela Fundação Banco do Brasil passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais - BTS, base de dados on-line disponível no site www.tecnologiasocial.org.br contendo informações sobre as tecnologias e instituições que as desenvolveram. O BTS é o principal instrumento utilizado pela Fundação Banco do Brasil para disseminar, promover e fomentar a reaplicação de Tecnologias Sociais.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CAMINHANDO COM A JUVENTUDE



O Movimento de Trabalhadores(as) Rurais do Submédio São Francisco e o Protagonismo Juvenil.
A participação da juventude no movimento de trabalhadores e trabalhadoras rurais da região do Submédio São Francisco sempre se fez de maneira significativa. Em diversos momentos da luta desse movimento sindical, pré e pós barragem, podemos identificar o engajamento dos jovens no enfrentamento contra as conseqüências ambientais e sociais do represamento das águas do reservatório, na luta por terra irrigada, no fortalecimento do associativismo e na produção agrícola, bem como na busca por políticas públicas envolvendo questões de gênero e geração.
Este engajamento juvenil nas ações de mobilização e nos processos educativos do sindicalismo rural na região, fez com que o Pólo Sindical dos(as) Trabalhadores(as) Rurais do Submédio São Francisco, criasse em 1997 o Departamento de Jovens, direcionando assim uma atenção estratégica e formativa para a juventude sertaneja.

Desde a criação deste departamento, o Pólo Sindical, com a Assessoria de KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, vêm desenvolvendo um conjunto de atividades formativas de lideranças juvenis camponesas para atuarem, sobretudo, como agentes culturais do movimento social e sindical. Buscam também a promoção de uma reflexão crítica sobre os processos sociais, econômicos e políticos do país e da região, avaliam os efeitos das ações juvenis para a superação da violência, e trabalham com processos educativos numa perspectiva multiplicadora.

Com este trabalho, o Polo Sindical e seus parceiros, vêm investindo na formação de lideranças, dirigentes e multiplicadores que possam disseminar e socializar idéias, conhecimentos, práticas e experiências e, sejam capazes de contribuir no aperfeiçoamento dos processos educativos e organizativos em suas localidades. Consiste, sobretudo, em apostar num fazer educativo contínuo, que tem como horizonte fortalecer um projeto coletivo de construção de uma nova sociedade.

Neste sentido jovens de Pernambuco, Bahia e Alagoas que articulados em rede, estarão  reunindos nos dias 09 e 10 de Abril na Pousada Pontal do Lago em Petrolândia/PE para avaliar as atividades da rede e planejar as ações para 2011.


Fonte: Secretaria de Mulher e Jovem do Polo Sindical





quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dilma e o “Água para Todos”



O anúncio da presidenta Dilma, que vai transformar o “Água para Todos” (Bahia) em um programa federal, na linha da superação da miséria, soa como uma chuva no sertão depois de meses de estiagem.
Ainda mais, ela não anunciou uma nova grande obra, tipo Transposição, mas a construção de 800 mil cisternas, além da implementação de novas adutoras. Quem atua no Semiárido, como eu que estou aqui há mais de 30 anos, talvez esteja ouvindo o que gostaria de ouvir, mas que não sonhava mais ouvir essa afirmação em vida.
Essas pequenas obras hídricas, multiplicadas aos milhares, quem sabe um dia aos milhões, já deram prova que são capazes de erradicar o mais pernicioso dos males nordestinos, isto é, a sede humana. O projeto P1MC da ASA já construiu aproximadamente 350 mil cisternas, beneficiando cerca de 1,7 milhões de pessoas.
Já começou também a implementação do Projeto P1+2, isto é, a captação da água de chuva para produção de hortas e dessedentação de pequenos animais, como galinhas, porcos e caprinos. Esse outro programa pode erradicar o segundo mal nordestino, isto é, a fome e a desnutrição, ainda mais se associado a uma reforma agrária adequada à região. 
O resultado pode ser visto pelos indicadores. Já não se fala mais em saques, frentes de emergência, diminuiu a mortalidade infantil, a migração nordestina se estabilizou. Claro, ajudam muito as demais políticas como a aposentadoria dos rurais, o acesso à energia, a disseminação das tecnologias como celular e internet, inclusive o Bolsa Família.
Esperamos que as adutoras sejam as propostas no Atlas do Nordeste, agora ampliado e aprofundado para o Atlas Brasil de Águas, fantástica obra da Agência Nacional de Águas (ANA). Elas são a solução para a insegurança hídrica nos meios urbanos de todo o Nordeste.
Se Dilma quiser ser ainda mais consequente, pode assumir a iniciativa do Fórum de Mudanças Climáticas, quando apresentou ao Ministro Gilberto Carvalho a proposta da produção de energia solar a partir das casas dos moradores do Semiárido, convertendo-a automaticamente em energia elétrica, sendo o governo o principal comprador dessa energia. Assim, além de água, seriam produtores também de energia. Uma saída para o Bolsa Família, já que geraria renda, além de produzir energia limpa, sem emissão de CO2 na atmosfera. Essa tecnologia já está disponível, inclusive no Brasil e dispensa a acumulação em baterias. Essa política pública de compra da energia produzida nas casas já existe em países como Alemanha, Itália e Espanha.
Portanto, temos todas as saídas na mão. A presidenta pode valorizar a experiência acumulada pela sociedade civil, que não só constrói obras, mas faz a educação contextualizada para a convivência com o Semiárido. A ASA pode ajudar a multiplicar esses educadores, caso o Estado se interesse.
Enfim, depois de tantas loucuras cometidas em nome da sede humana no Semiárido, quem sabe tenha chegado a vez do bom senso.
Se assim realmente acontecer, a fome e a sede serão páginas viradas dessa triste história.

Fonte: Roberto Malvezzi (Gogó)